Deputado Federal Luiz Antônio dá entrevista para Jornal da Região

Deputado Federal Luiz Antônio

- Quando entrou na vida pública e quais os cargos que já exerceu?

Comecei minha carreira política muito jovem, quando fui eleito em 1972 para a prefeitura de Valença e me tornei um dos mais jovens prefeitos do Estado. Atuei como deputado Estadual por duas legislaturas, em 1978 / 1982 e 1982 / 1986. Voltei à prefeitura de Valença em 2001, governando até 2005.

Como administrador público, estive na Secretaria de Habitação do Estado do Rio de Janeiro, no Programa Especial de Saúde Familiar, ambos no Governo de Leonel Brizola e na Secretaria Municipal de Habitação do Município do Rio de Janeiro, no Governo do Eduardo Paes.

Atualmente, sou deputado federal e membro titular das Comissões de Viação e Transportes, Legislação Penal e Processual Penal e suplente da Comissão de Seguridade Social e Família. 

- É natural de Valença, cidade do interior. Qual sua avaliação dos municípios do interior do Estado do Rio de Janeiro? Quais as prioridades para estas regiões?

Todas as cidades estão com dificuldades, isso é visível. Sou membro da Comissão Nacional dos Municípios e favorável revisão do Pacto Federativo. Eu explico: atualmente o dinheiro é repartido para a União, para os Estados e para os municípios. Hoje existe uma injustiça muito grande, porque fica muito recurso concentrado em Brasília e lá no município, onde está a Educação, Saúde e Transporte falta verba. Então, a minha luta e mandato vão ser em defesa da autonomia política e financeira das cidades fluminenses.

Além disso, sou amplamente favorável a uma reforma tributária, só assim poderemos atrair mais investimentos e gerar mais empregos. Hoje, o principal problema para fazer negócios no Brasil são os tributos - tanto por causa dos altos valores que devem ser recolhidos quanto pelo tamanho da burocracia para fazer isso 

- Na região Centro Norte Fluminense, você teve uma votação expressiva na última eleição? Qual foi sua votação total em todo Estado? E aonde obteve a maior votação?

Fui votado em todo o Estado do Rio de Janeiro, no total 50.284 votos. Aqui na região Centro Norte destaco Nova Friburgo, Carmo e Duas Barras onde tive grande aprovação, mas todas as cidades foram e são importantes. 

- Quando chegou a Brasília para tomar posse como deputado federal, como foi a emoção?

Essa é uma história muito boa, porque fiz uma promessa que se ganhasse a eleição, iria para Brasília de Fusca após o segundo turno. Tenho esse carro desde 1973 e é um grande xodó. Gravei a viagem e coloquei no meu Facebook, porque muita gente achou que o fusquinha vermelho não fosse aguentar, mas ele é valente. Então, aquele momento foi de grande emoção. A posse foi um sentimento de dever cumprindo e início de trabalho.

- A reforma da Previdência é o assunto do momento. Qual sua posição sobre o assunto?

Acredito que estamos em um ponto que a questão não é mais de discordar ou concordar e sim de como fazer, ser justo e preservar os mais vulneráveis. As reformas básicas do país estão há muito tempo sendo adiadas.

Sou a favor da Reforma, mas sou contra mexer na aposentadoria rural, vou votar contra alterações do BPC e também não estou de acordo com a capitalização.

- Muitos empresários reclamam do excesso de impostos que existe no Brasil. Como pensa sobre a reforma tributária?

Totalmente favorável ao projeto apresentado pelo Congresso. Além dos preços finais ao consumidor, investir no país é difícil. Um estudo recente do Fórum Econômico Mundial apontou que o principal problema para fazer negócios no Brasil são os tributos. Hoje, ocupamos a vergonhosa 72ª no ranking de competitividade que abrange 140 países. 

Precisamos de um ambiente mais favorável para os investidores se quisermos gerar empregos e deixarmos de ser um país que vive da exportação de commodities. 

- O país precisa de mais investimentos para crescer. Os impostos cobrados no Brasil prejudicam a economia?

Sim, temos um emaranhando complexo de impostos. A proposta do Congresso acaba com três tributos federais – IPI, PIS e Cofins –, com o ICMS, que é estadual, e com o ISS, municipal. No lugar deles, será criado o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS).

Assim, além de simplificar essa teia de siglas, você passa a ter apenas um imposto que é cobrado ao final da cadeia produtiva. Isso gera transparência, reduz a burocracia, facilita todo o setor produtivo, aquece a economia e gera empregos. O fato de haver diferentes impostos sendo aplicados sobre bens e serviços faz o chamado "efeito cascata". Esse efeito consiste na múltipla tributação de um mesmo produto.

- Qual sua avaliação destes cinco primeiros meses do Governo Bolsonaro?

No geral, esse é um período que os governos vivem uma lua de mel com a população, mas com o Governo Bolsonaro estamos vendo muitas manifestações tanto favoráveis quanto contrárias. A internet criou um clima de Fla X Flu na política que não é bom para a democracia. Da minha parte, de quem está em Brasília, vejo o Planalto se esforçando para melhorar o diálogo com o Congresso e o Senado. Isso é fundamental. 

- O que os eleitores que votaram em você para a Câmara Federal poderão esperar de seu mandato?

Transparência, trabalho e representatividade. Estava fora da vida pública há algum tempo, mas acreditei que o Estado do Rio de Janeiro precisava da minha experiência e agradeço a quem acreditou no meu projeto. Rodo o Estado e recebo diversas lideranças em meu gabinete; participo de comissões e também de Frente Parlamentares importantes. Não sou garoto e tenho família, fui para Brasília para poder fazer diferente e vou batalhar muito para deixar uma marca positiva. 
 

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